1919

Janeiro, 10-13
Revolta de Santarém; tentativa falhada de golpe da «República Velha».

Janeiro, 18
Início das negociações para o Tratado de Versalhes, em Paris.

Janeiro, 19
Proclamação da Monarquia do Norte no Porto. Implantação da Junta Governativa do Reino, liderada por Paiva Couceiro. A adesão do Norte à causa monárquica é rápida, até à linha do Vouga.

Janeiro, 22
Paiva Couceiro deixa o Porto à frente de uma coluna armada com intenção de tomar Coimbra.

Janeiro, 22
Tomada de Monsanto; revolta monárquica em Lisboa.

Janeiro, 22
Paiva Couceiro ocupa Ovar.

Janeiro, 24
Escalada de Monsanto; contra-ataque vitorioso (liderado por António Machado Santos, o Herói da Rotunda, ilustre Carbonário) das forças republicanas aniquila aspirações monárquicas em Lisboa.

Janeiro, 24
Paiva Couceiro toma Estarreja.

Janeiro, 26
Queda do Governo republicano de Tamagnini Barbosa.

Janeiro, 27
As tropas monárquicas são travadas na Batalha das Barreiras (Águeda), mas (ponto de divergência) a intervenção relâmpago de uma coluna monárquica originária da Guarda/Covilhã, instigada por Francisco Rolão Preto (personagem histórica) e integrada pelos efetivos que haviam conseguido fugir do fiasco de Lisboa (ficcional) numa marcha forçada pela Serra da Estrela, impede a vitória republicana. Esta ação ficaria conhecida por «A Marcha dos Elefantes».

Janeiro, 28
Apesar da vitória, Paiva Couceiro reconhece que esticou demais as suas linhas de abastecimento e o cansaço dos seus homens e retrocede para Albergaria-a-Velha.

Fevereiro, 4
Escaramuças assentam grosseiramente numa linha Aveiro-Albergaria-Viseu-Covilhã, ao longo da qual se constroem fortificações e trincheiras enquanto ambos os lados recuperam o fôlego e se reagrupam.

Fevereiro, 13
Os representantes da Monarquia do Norte nas zonas fronteiriças são presos pelas autoridades monárquicas espanholas, a pedido do governo de Lisboa (nomeadamente António Sardinha, em Badajoz) (facto histórico).

Fevereiro, 16
Apesar de lograrem extinguir alguns dos focos republicanos ainda a Norte, a situação torna-se insustentável, com notícia de fortes preparativos militares do Sul. O «Paladino» envia uma mensagem urgente a El Rei D. Manuel II, que continua até aqui irredutível na condenação da conduta insurreta. «Teremos Rei, mesmo que outro Rei», escreve Paiva Couceiro, ameaçando veladamente apoiar o ramo Legitimista. A mensagem é confiada ao primeiro agente do recém-criado Serviço de Informações da Monarquia, conhecido apenas como a Repartição, o qual, apesar do bloqueio naval republicano, se introduz em alto mar num vapor inglês que retorna do serviço de correio de Gibraltar.

Fevereiro, 18
O cientista de ascendência moldávia-ucraniana Ilya Mechnikoff (personagem histórica), em visita de trabalho ao Instituto Pasteur do Porto desde o início do ano (ficção), coloca os seus préstimos ao serviço da Junta Governativa do Reino. Atendendo à sua grande experiência no apoio bélico do Instituto Pasteur de Paris durante a I Guerra Mundial (facto histórico), a oferta é prontamente aceite.

Fevereiro, 22
A resposta Real chega, codificada, por TSF (telefonia sem fios). El-Rei aceita voltar, mas teme ser impedido pela hesitação dos ingleses. Entretanto, a Repartição coloca em prática um plano para a fuga do monarca.

Fevereiro, 24
Mechnikoff vistoria, com Paiva Couceiro, as defesas da Monarquia na Linha do Vouga. Na Covilhã, é rechaçada uma primeira grande ofensiva republicana.

Fevereiro, 25
D. Manuel II desembarca na Corunha, beneficiando dos contactos monárquicos que sempre apoiaram as incursões idas da Galiza. O plano da Repartição é exatamente o inverso de fazer o monarca passar despercebido. A comitiva avança pelo interior e a notícia espalha-se depressa.

Fevereiro, 27
As ordens do governo espanhol para deter o monarca português, de quem surgem por todo o lado relatos da sua passagem, a maioria obrigatoriamente fantasiosos, e a agressividade das tropas que lhe tentam descortinar o esconderijo, saldam-se num rastilho que faz explodir o nacionalismo galego. Desnorteadas com a reação, uma demonstração em Santiago de Compostela, despoletada pela prisão de um sósia de D. Manuel II na cidade, resulta num banho-de-sangue. O verdadeiro monarca embarca novamente no Cabo Finisterra.

Março, 1
Quando El-Rei desembarca em Vigo, já a Galiza declarou a sua união à Monarquia do Norte, com diversos focos de combate.

Março, 3
Perante as notícias da entrada iminente de El-Rei em território português, acentuam-se mais ainda os combates na Linha do Vouga, com várias ofensivas republicanas. A linha de defesa monárquica resiste, muito à conta das contramedidas implementadas à ordem de Mechnikoff.

Março, 6
Fundação da Comintern, a Internacional Comunista.

Março, 8
Entrada triunfal de D. Manuel II no Porto. Pelo caminho, a Repartição frustra duas tentativas de assassinato montadas pela sua congénere republicana, a Polícia Preventiva. À entrada da Sé, El-Rei é recebido pelo padre-guerrilheiro Domingos Pereira.

Março, 11
Temporariamente aliviados do bloqueio de armas, comida e matérias-primas pela união da Galiza, a Monarquia do Norte está, no entanto, condenada a definhar. Para piorar, perante a recusa de D. Manuel II, pressionado pelos seus conselheiros, de renegar o apoio da Galiza, a Espanha proclama oficialmente guerra à Monarquia do Norte.

Março, 12
Mechnikoff apresenta a produção de biocombustível com base numa nova estirpe de leveduras, que batiza como Saccharomyces monarchica, e que tornarão a Monarquia menos vulnerável ao bloqueio naval republicano. A governação real aprova os seus planos e é dada a ordem para iniciar imediatamente a laboração.

Março, 26
O Porto é afetado pela segunda vaga da epidemia de Gripe Espanhola (histórico), piorada pela acumulação de gente sem as devidas condições sanitárias. A Rainha Augusta Vitória liderou a assistência médica, até ela própria cair vítima da doença e morrer.

Maio, 1
Termina finalmente a época das chuvas. O Porto é uma azáfama. A primavera veio para ficar. Está lançada em pleno a Guerra Civil Winepunk.

Junho, 12
Sucessivos assaltos de tropas republicanas ao longo do Vouga, todos rechaçados, que terminam com o motim das tropas sitiantes pelo elevado número de baixas atingido. A República demorará a ter capacidade de montar tamanha campanha sob risco do sul do país aderir à Monarquia.

Junho, 23
Tentativa espanhola de tomar Bragança (Batalha do Bottelon), gorada pela ação conjunta de forças portuguesas vindas da cidade e de milícias galegas ocultadas pela Serra de Eixe, onde Paiva Couceiro se volta a notabilizar, sendo ferido. Durante todo o verão, a resistência galega procura consolidar a linha de fronteira montanhosa, enquanto as forças armadas espanholas intentam várias incursões.

Julho, 3
Começa a construção das Reais Oficinas de Armamento, nos arredores do Porto. Adstrito ao complexo, começa a ser construído o Real Instituto de Ciências Aplicadas.

Setembro, 11
Início da Revolta da Catalunha, depois de confrontos sangrentos em frente ao monumento a Rafael Casanova, em Barcelona. Jornais estrangeiros passam a apelidar a guerra na península por «Caldeirão Ibérico».

Outubro
A Revolta da Catalunha, vendo impossível uma ação armada em larga escala, degenera num movimento de guerrilha. Entretanto, nas cordilheiras da fronteira galega cria-se, com o apoio da Monarquia do Norte, uma segunda linha de fortes e trincheiras.

Novembro, 9
A incapacidade dos comandos, militar e político, espanhóis, que somam revés atrás de revés, levam a um golpe de Estado protagonizado pelo General Primo de Rivera, rapidamente sancionado pelo Rei Afonso XIII com o estabelecimento de uma ditadura (histórico, mas antecipado 2 anos).

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